Navegando por Assunto "Botafogo, Rio (PE)"
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Item Teores de mercúrio total e estimativa de risco à saúde humana em solos de manguezal contaminados por indústria de soda-cloro(2024-02-26) Silva Neto, José Carlos da; Biondi, Caroline Miranda; Araújo, Paula Renata Muniz; http://lattes.cnpq.br/1779598476646308; http://lattes.cnpq.br/8326756664758702; http://lattes.cnpq.br/5393117310370821O estuário do Rio Botafogo está situado entre as cidades de Goiana e Itapissuma, zona costeira de Pernambuco, e se destaca como o recurso hídrico mais relevante entre os rios litorâneos que margeiam a região, sendo responsável pelo principal reservatório de água utilizado para atender às necessidades de abastecimento da população local. Porém, a atividade de uma indústria de soda-cloro estabelecida nas proximidades do manguezal na década de 60 aportou efluentes contendo Hg no rio, apresentando potencial de contaminação em áreas de bosques de mangues, podendo interferir na saúde do ecossistema manguezal e da comunidade em contato com o manancial. Este trabalho teve como objetivo avaliar os teores totais de Hg, relacioná-los com a granulometria e os atributos químicos dos solos e estimar o risco à saúde humana em solos de dois transectos, localizados em diferentes posições fisiográficas do manguezal do Rio Botafogo. Para isso, foi realizada a coleta de 3 perfis de solo (0-40 cm) nas distâncias 0, 60, 120 e 180 metros da margem de cada transecto em períodos de maré baixa. Os perfis foram seccionados nas profundidades 0-5, 5-10, 10-20, 20-30 e 30-40 cm e as frações granulométricas, a matéria orgânica, o pH, Eh e Hg total foram determinados. Com base nos resultados de Hg nos solos, foi estimado o risco não-carcinogênico à saúde humana. Os valores de pH e Eh indicaram solos levemente ácidos a neutros e ambientes subóxicos a anóxicos, respectivamente, representando condições favoráveis à retenção do Hg. Os teores de argila predominaram nos solos do Transecto 1 (T1), enquanto a fração areia predominou no Transecto 2 (T2). Os valores de MOS variaram de 144 a 424 g kg-1, com teores mais elevados nos perfis do T1. Os teores médios de Hg variaram de 0,2 a 15,3 mg.kg-1 no T1 e de 0,0 a 7,4 mg.kg-1 no T2. Os teores de Hg no T1 foram mais elevados em comparação ao T2 devido, possivelmente, à posição do transecto na paisagem e ao maior acúmulo de argila e MO, corroborado pelas correlações positivas e significativas entre Hg e argila, e entre Hg e MOS. Ao comparar os valores de Hg encontrados com teores de referência internacionais, verificou-se valores máximos de Hg até 102 vezes superior ao valor de referência internacional TEL (Threshold Effect Level) e 15 vezes o PEL (Probable Effects Level). Cerca de 82% das amostras ultrapassaram o PEL, indicando que efeitos tóxicos à biota são prováveis. O risco à saúde para crianças foi superior ao de adultos por serem organismos mais sensíveis à toxicidade do metal. A principal rota de exposição foi a inalação de vapor de Hg. A contaminação dos solos do estuário do Rio Botafogo alcançou as áreas de bosques de mangue, evidenciando a ampla contaminação por Hg no local. As áreas mais contaminadas pelo metal oferecem riscos à comunidade ribeirinha.
