Navegando por Assunto "Feminilidade"
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Item Da moralidade à transgressão: a moda feminina na cidade do Recife entre os anos 1916 a 1920(2021-02-24) Lima, Thays de Souza; Nascimento, Alcileide Cabral do; http://lattes.cnpq.br/0117492153657559; http://lattes.cnpq.br/3891718129870477Este trabalho objetiva analisar de que forma as novidades presentes na moda recifense, entre os anos de 1916 a 1920, se contrapõem aos modelos tradicionais de gênero e padrão da mulher ideal, representando tanto uma ruptura nos costumes quanto uma ferramenta de transgressão feminina. A escolha do recorte temporal se justifica em razão das novidades que são apresentadas com o desfile da Casa Gondim, ocorrido no ano de 1916, além das mudanças na moda nos primeiros anos do pós guerra que precedem os chamados “anos loucos”. Para tal, a metodologia foi composta por pesquisa bibliográfica e análise de jornais e revistas do período, de modo a identificar os elementos que contribuíram para a inserção de novas práticas na sociedade. Com base nisso, investigamos como as mudanças espaciais e as inovações ocorridas nas práticas de socialização, bem como sua influência na importação e uso de novas tendências de moda, representaram uma ameaça ao modelo de moralidade que regia a sociedade recifense no período, refletindo na representação do macho nordestino e na figura da mulher de boa família. O referencial teórico apresentado ao longo deste trabalho, nos auxiliou na análise a respeito da relação entre a moda e construção simbólica dos gêneros em perspectiva binária. Os conceitos de habitus, distinção e campo em Pierre Bourdieu, contribuíram na compreensão da moda enquanto prática cultural, percebendo sua utilização como dispositivo de poder simbólico, a fim de reafirmar papéis e características esperadas na binariedade relacional entre feminino e masculino. O conceito de gênero desenvolvido por Joan Scott nos permitiu pensar a concepção de feminilidade como uma categoria histórica, que varia de acordo com o contexto e as relações de poder do período. Dessa forma, as transgressões presentes na moda feminina, no recorte temporal da presente pesquisa, delinearam novas formas de “ser mulher”, mostrando que a moda, enquanto prática cultural, tanto pode ser utilizada como ferramenta de disciplina dos corpos, quanto como discurso que desnaturaliza os ideais morais e biologizantes atribuídos ao feminino.
