Navegando por Assunto "Negros no cinema"
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Item Cinema Negro: uma necessidade política e afetiva(2019-07-27) Antônio, Iris Regina Gomes; Agra, Uirá Rupert Moreira Cruz e Costa; http://lattes.cnpq.br/1007832192720400; http://lattes.cnpq.br/1322550438465644Este trabalho analisa alguns parâmetros do cinema negro brasileiro a partir de uma breve contextualização sócio-histórica do cinema negro africano, refletindo sobre como esses impactos influenciaram na construção desse cinema, já que ambos estão na condição de territórios colonizados e passaram pelo processo de opressão racial e tiveram acesso, como espectadores, a uma produção imagética midiática que contribuiu e contribui para a manutenção desse projeto de dominação, refletindo na necessidade do foco no protagonismo amplo nessas produções, como estratégia de sobrevivência. No ano de 1997, o Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo realizou a sessão Foco, onde pela primeira vez registrou-se um festival brasileiro com uma programação destinada apenas para obras de cineastas negros de vários países. Paralelamente a isso, ou até mesmo antes, cineastas negros brasileiros como Jeferson De, Rogerio de Moura, Ari Candido, Noel Carvalho, Billy Castilho, Daniel Santiago, Lilian Solá Santiago e Luiz Paulo Lima já vinham debatendo sobre a essa imagem negativa do negro nas telas e já acreditavam que só uma intervenção direta na cadeia audiovisual feita por profissionais negros poderia reverter essa situação (CARVALHO, DOMINGUES 2018). Já no ano de 2000, no mesmo festival, em sua 11° edição, ocorreu o programa Dogma Feijoada – Mostra de Diversidade Negra, que, além de trazer seis filmes brasileiros de diretores negros, teve uma parte destinada ao debate do manifesto escrito pelo cineasta Jeferson De, intitulado Gênese do Cinema Negro Brasileiro. Esse documento trazia seis diretrizes que definiam o que é o cinema negro: (1) o filme tem de ser dirigido por realizador negro brasileiro; (2) o protagonista deve ser negro; (3) a temática do filme tem de estar relacionada com a cultura negra brasileira; (4) o filme tem de ter um cronograma exequível. Filmes-ur-gentes; (5) personagens estereotipados negros (ou não) estão proibidos; (6) o roteiro deverá privilegiar o negro comum brasileiro; (7) super-heróis ou bandidos deverão ser evitados. Transformamos, então, a primeira diretriz do manifesto nosso parâmetro básico, ou seja, o foco da pesquisa são produções cinematográficas onde as pessoas negras ocupem a cadeira da direção. Outra motivação para a pesquisa foram os dados divulgados pelo Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (GEEMA) em pesquisa focada no cinema de grande bilheteria do Brasil, que deixa nítido a desigualdade de gênero e de raça, diferindo do cinema independente, que se torna o meio em que a maior parte desses artistas negros consegue produzir cinema. Partindo de comparativos de 100 filmes produzidos de 2010 a 2019, conseguimos identificar algumas características que podem apontar algumas motivações e condições comuns que podem ou não definir linhas de pensamento e conceitos. Essas reflexões foram definidas nos capítulos: “A necessidade de documentar” que reflete sobre a forma e o conteúdo da produção de documentários no Brasil; o capítulo “Pelo direito a subjetividade” que foca nas produções que tem seu formato diverso e não se enquadram em uma linha narrativa tradicional; “Crescimento quantitativo e representações geográficas” que é o espaço para análises referentes a localidade e o progresso quantitativo dessas produções”; “Da afetividade ao embate” que destaca o cinema orgânico e emergente e como essas narrativas são contadas; e por último, “O Cinema de guerrilha ou também cinema de emergência” já citado por Jeferson De em seu manifesto, trazendo conteúdos essenciais para discussões essenciais para um convívio digno em sociedade.Item Etnografia de tela: A representação do racismo estrutural através do filme M8 – Quando a morte socorre a vida e a valorização da Lei N. 10.639/2003(2021-08-25) Gomes, Keila Manuelle Alves; Barros, Lilian Débora de Oliveira; Colins, Alfredo Taunay; http://lattes.cnpq.br/1610848666165965; http://lattes.cnpq.br/2102439803472317; http://lattes.cnpq.br/5929588277571511Esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre o racismo estrutural e a busca pela valorização e reconhecimento da lei nº 10.639/2003 através da etnografia de tela do filme M8 – Quando a morte socorre a vida (Jeferson De; 2019). A partir de uma compreensão da formação social do povo negro e sua relação com a sociedade através do cinema, refletindo sobre racismo estrutural pela ótica dessa produção cinematográfica. Onde temos Mauricio um jovem negro periférico de religião de matriz africana, aluno cotista em uma universidade pública de medicina tendo que passar por várias provações e situações em sua vida pessoal, acadêmica e religiosa. O referencial teórico contemplou discussões acerca de uma visão sobre questões de identidade, diferença e representação pensando em possibilidades contra hegemonia, buscando uma perspectiva sobre cinema e racismo estrutural e como o cinema pode contribuir para uma crítica, desenvolvendo caminhos para que os educadores possam construir um espaço de debates, reflexões e questões da identidade étnico-racial. Os procedimentos metodológicos adotados consistiram em utilizar a etnografia de tela. Primeiro fizemos uma decapagem, processo que consiste em dividir o filme por cenas ou sequencias mais adequadas a serem trabalhadas, para então começarmos o procedimento analítico partindo da relação entre as cenas e o racismo estrutural representados no filme.
