Licenciatura em Letras (UAST)
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Item As formas da função acusativa em cartas de amor do Sertão Pernambucano: entre variação e tradição discursiva(2019) Silva, Antonia Caroline Alves da; Ataíde, Cleber Alves de; http://lattes.cnpq.br/4301066659702331; http://lattes.cnpq.br/3875671872212548O presente trabalho objetiva investigar as formas de referência ao interlocutor na função acusativa, em cartas amorosas escritas na década de 50, do século XX. Quanto ao material de análise, utilizamos um corpus composto por 22 cartas de amor escritas por pessoas não ilustres do sertão pernambucano, sendo 21 missivas narradas por um missivista masculino e 1 carta redigida por uma missivista feminina, já previamente coletadas pelos membros do projeto Para a História do Português Brasileiro – Equipe Regional de Pernambuco. Para tanto, nos baseamos nas orientações teórico-metodológicas da Sociolinguística Histórica e do conceito de Tradições Discursivas. Metodologicamente, realizamos a identificação dos contextos de ocorrência das formas acusativas de referência ao interlocutor, obtendo um total de 64 dados, distribuídos da seguinte maneira: 58 ocorrências do clítico te, 4 dados de lhe e 2 registro de você. No que se refere aos fatores selecionados, a saber, relação entre o acusativo e o sujeito, bem como a posição do acusativo, obtivemos os seguintes resultados quanto ao primeiro fator: i) em relação às cartas em que o tu figurou como estratégia exclusiva, o clítico te foi categórico, com 18 dados; ii) nas missivas com uso exclusivo de você foram registradas as formas alternantes acusativas te, lhe e você apresentando 9, 3 e 2 dados, respectivamente; iii) nas cartas com uso variável de tu e você, o clítico te também foi a estratégia mais produtiva, com 24 dados em detrimento de 1 ocorrência do clítico lhe; iv) nos contextos sem referência à segunda pessoa, o clítico te figurou como estratégia categórica, apresentando 7 dados. No que se refere à colocação pronominal, obtivemos 50 dados de próclise e 14 dados de ênclise. Quanto aos contextos favoráveis à colocação pronominal do acusativo posposto ao verbo, registramos os seguintes casos: i) início de sentença; ii) verbo no infinitivo. Dessa forma, nossa pesquisa vai ao encontro do que Lopes et al. (2018) afirmam, ao observarem que o você entrou no paradigma de 2ª pessoa efetivamente como sujeito, porém, nas demais funções sintáticas, ele sofre certa resistência, posto que observamos a predominância do clítico te nas missivas analisadas, independentemente do tipo de sujeito empregado. Além disso, observamos a preferência pela colocação do acusativo na posição pré-verbal, o que vai ao encontro de resultados obtidos em estudos realizados em outras regiões brasileiras (SOUZA, 2014).
