TCC - Licenciatura em Letras (Sede)
URI permanente para esta coleçãohttps://arandu.ufrpe.br/handle/123456789/463
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Item Entre o desejo e a resistência: interseccionalidade, performatividade e colonialidade na literatura erótica negra de Odailta Alves(2025-03-12) Fonseca, Frederico Sousa da; Paes, Iêdo de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/3281218394136739Este trabalho analisa a obra Pretos Prazeres (2020), de Odailta Alves, a partir das teorias de Judith Butler e María Lugones, com o objetivo de compreender como a literatura erótica negra tensiona normas de gênero, sexualidade e raça. A pesquisa destaca como Alves desafia discursos hegemônicos ao criar narrativas que ressignificam o erotismo negro como um espaço de resistência e afirmação subjetiva. O estudo parte da teoria da colonialidade do gênero de Lugones para evidenciar como as estruturas coloniais impuseram uma normatividade binária e racializada aos corpos negros. Além disso, fundamenta-se na teoria da performatividade de gênero de Butler para demonstrar como a identidade é construída por meio da repetição de normas, podendo ser subvertida. Ao longo da análise, observa-se que a literatura de Alves desestabiliza as representações tradicionais do desejo e da sexualidade negra, promovendo novas formas de subjetivação. A pesquisa se estrutura em três seções: o primeiro examina a colonialidade do gênero e como a literatura erótica negra se configura como um espaço de resistência. A segunda seção discute a performatividade de gênero e sua relação com as transgressões identitárias na obra de Alves. O terceiro seção estabelece um diálogo entre as teorias de Butler e Lugones, evidenciando a interseccionalidade entre raça, gênero e erotismo. Os resultados indicam que Pretos Prazeres desafia a inteligibilidade normativa da identidade ao promover narrativas que deslocam os corpos negros do lugar de subalternidade, ressignificando o erotismo como um ato político. Dessa forma, este estudo contribui para a compreensão da literatura erótica negra como um campo de disputa e reinvenção, em que o desejo e a identidade tornam-se ferramentas de resistência e emancipação.Item Representação da mulher negra na literatura afro-brasileira: um estudo da obra Afrochego de Odailta Alves(2024-09-23) Silva, Daniela Paula da; Almeida, Sherry Morgana Justino de; http://lattes.cnpq.br/5332850255576710Este artigo analisa a obra da poeta Odailta Alves, destacando a complexidade da vivência da mulher negra no Brasil. A literatura afro-brasileira é apresentada como uma expressão cultural que reflete as experiências da população negra, e a obra de Alves é vista como uma importante ferramenta de resistência e empoderamento. O estudo explora temas centrais na poesia de Alves, como ancestralidade, racismo, sexismo e a luta pela valorização da mulher negra. A análise inclui poemas como "Tela Preta" e "Eu-resistência", que abordam a interseccionalidade e as múltiplas identidades que as mulheres negras enfrentam. Além disso, o artigo relaciona a obra de Alves com as contribuições de outras grandes autoras negras, como Conceição Evaristo (2009), Miriam Alves (2010), Lélia González (2020), Joice Berth (2019), Ângela Davis (2016), bell hooks (2019), Gayatri Spivak (2010) e Djamila Ribeiro (2019), enfatizando a importância da participação ativa das mulheres negras na literatura. Como principal resultado, concluiu-se que a literatura é uma ferramenta essencial para questionar e transformar a percepção social sobre a negritude e o feminismo negro no Brasil, promovendo um futuro mais justo e igualitário.Item Tessituras do corpo negro na poesia de Odailta Alves(2023-04-14) Ferreira, Josemar dos Santos; Paes, Iêdo de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/3281218394136739; http://lattes.cnpq.br/5520735489505398A escrita de mulheres compreende o direito à literatura no amplo sentido de acesso, de respeito e de humanização. Este artigo volta-se para a poesia negra brasileira de autoria feminina, e tem como objetivo evidenciar as expressões do corpo em Clamor Negro, de Odailta Alves. Seus poemas se entrelaçam e formam um percurso com a exteriorização do corpo negro que também é de quem com/sobre ele escreve. Para esse entendimento, adentra-se nos dois aspectos da palavra poética, o histórico de cunho pessoal e social (PAZ, 1982), e o que se refere à emergência de sua utilização para efeito sonoro e de sentido(s) (TODOROV, 2009). Há dois conceitos desenvolvidos quando observado o corpo negro em contexto histórico-social, são eles: percurso-ressignificação e fissuras diaspóricas, que compreenderão a contribuição teórica para a análise da poesia em questão. Pontua-se o que impulsiona o distanciamento de lugar e do próprio corpo, em função de um deslocamento forçado (BRAH, 2011); de modo que se busca um restabelecimento, criar raízes em/para outra forma de relação social. Uma relação, portanto, engendrada na ótica da similaridade, em que se tenta enquadrar-se sob imposições, por exemplo: religiosas, educacionais e políticas (GUATTARI & ROLNIK, 1996; NOGUEIRA, 2020; BOTELHO, 2016). Predomina na obra o corpo da mulher negra em percurso-ressignificação, que se consolida em autorrepresentação (EVARISTO, 2005), pelas circunstâncias de existir cada vez mais significativamente.
